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Planejamento ou ansiedade? Descubra se suas preocupações estão te protegendo ou te sabotando

  • Foto do escritor: Fernanda Sencades
    Fernanda Sencades
  • 12 de mai.
  • 3 min de leitura

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Preocupar-se é uma habilidade do cérebro humano que nos ajuda a antecipar riscos e nos preparar para desafios. Até aí, tudo certo. O problema começa quando essa função natural da mente sai do controle e se transforma em uma fonte constante de sofrimento, medo e paralisia.


Você já se pegou pensando demais em algo que ainda nem aconteceu? Ou sentiu que, por mais que pense, nada se resolve? A psicologia e a neurociência têm uma explicação clara para isso — e ela passa por entender a diferença entre preocupações produtivas e preocupações improdutivas.


O que são preocupações produtivas?


Preocupações produtivas são aquelas que conduzem à ação e à resolução de problemas reais. São baseadas em situações concretas, nas quais há algo que você pode fazer no momento presente. Elas ajudam você a se organizar, tomar decisões e prevenir dificuldades.


Exemplos:

  • “Tenho uma prova na próxima semana, então preciso revisar os conteúdos hoje.”

  • “O prazo do projeto está perto, então vou priorizar essa tarefa amanhã.”


Essas preocupações fazem parte do planejamento saudável e ativam partes do cérebro que facilitam a ação e o raciocínio lógico.


E as preocupações improdutivas?


Já as preocupações improdutivas giram em torno de cenários hipotéticos, exageros ou situações fora do seu controle. Elas não levam à solução de problemas, apenas alimentam a ansiedade e o medo. São circulares, desgastantes e pouco úteis na prática.


Exemplos:

  • “E se eu for mal na prova e nunca conseguir me formar?”

  • “E se o projeto for um fracasso e todo mundo me criticar?”

  • “E se algo ruim acontecer com minha família enquanto estou fora?”


Esses pensamentos são baseados em “e se” e tendem a roubar sua energia sem oferecer nenhuma resposta concreta.


O que a neurociência revela sobre a preocupação?


Cientificamente, o processo de se preocupar envolve ativação do córtex pré-frontal, a região ligada ao pensamento analítico, e da amígdala cerebral, responsável pela resposta ao medo. Em preocupações produtivas, o córtex pré-frontal lidera, permitindo que você avalie a situação e aja com clareza.


Mas em preocupações improdutivas, a amígdala assume o controle e ativa o sistema de alerta do corpo, levando à liberação de cortisol e outros hormônios do estresse. Isso gera sintomas como insônia, tensão muscular, fadiga e aceleração dos pensamentos.


Além disso, estudos mostram que quem se preocupa de forma crônica ativa de forma excessiva a default mode network, uma rede cerebral que se conecta à ruminação e à autorreferência excessiva — basicamente, ficar “preso dentro da própria cabeça”.


O que a TCC ensina sobre isso?


A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) trabalha com a identificação e reestruturação dos pensamentos. Um dos focos principais é ajudar a pessoa a distinguir entre o que pode ser resolvido e o que precisa ser aceito ou adiado.


A TCC utiliza perguntas-chave para isso:

  • Esse problema é real ou uma possibilidade remota?

  • Existe algo que posso fazer agora?

  • Estou pensando para resolver ou apenas me torturando com cenários hipotéticos?


Quando a preocupação é improdutiva, a TCC propõe técnicas como:

  • Adiar a preocupação: reservar um momento do dia para pensar no assunto, evitando que ele ocupe a mente o tempo todo.

  • Reestruturação cognitiva: desafiar crenças catastróficas e buscar uma visão mais equilibrada da situação.

  • Exercícios de atenção plena (mindfulness): aprender a focar no momento presente para diminuir a força das antecipações mentais.


Caso você tenha se identificado com este conteúdo e precise de uma psi para acompanhar o seu caso de perto, estou disponível para te ajudar!





Como transformar preocupação em ação?


Se você quer sair do modo ansiedade e entrar no modo planejamento, aqui vão algumas dicas práticas:

  1. Identifique o problema com clareza.

    • O que exatamente está me preocupando?

  2. Classifique: é resolvível agora ou não?

    • Se sim, o que posso fazer a respeito?

  3. Aja ou aceite.

    • Se há uma ação possível, execute. Se não, pratique o desapego e redirecione sua atenção.

  4. Crie um plano de ação simples.

    • Pequenos passos são mais eficazes do que longas preocupações sem direção.

  5. Monitore sua mente.

    • Sempre que perceber que está ruminando, volte ao presente com respiração ou meditação breve.


Reflexão final


A preocupação pode ser uma ferramenta útil, mas também pode se tornar uma armadilha. O segredo está em saber quando ela está te preparando e quando está te sabotando. O pensamento produtivo gera clareza e ação. O pensamento improdutivo apenas desgasta.

Se você sente que suas preocupações estão fora de controle, procure apoio psicológico. A terapia pode ajudar a reorganizar seus pensamentos, fortalecer seu senso de controle e devolver à sua mente a paz que ela merece.

 
 
 

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